RARIDADES NA EXPOSIÇÃO DE NUMISMÁTICA MUSEU PIO XII (BRAGA)

Boa noite caros amigos,

até ao fim da exposição de Numismática que decorre no Museu Pio XII, em Braga, até ao dia 2 de Setembro, irei colocar neste tópico uma moeda por dia daquelas que eu considero ser das mais raras ou mais interessantes.

Assim ficará uma mega galeria de moedas para todos interessados em consultar.

Espero que gostem e podem comentar!

Aureus - Ouro
Vespasiano (71-72) Antioquia
7,4 g / 17 mm
Coleção Museu Pio XII

Imperador romano (9-79), de seu nome completo Tito Flávio Sabino Vespasiano, nasceu perto de Rieti, na comarca dos Sabinos. Foi proclamado imperador pelos seus próprios soldados em Alexandria. Promoveu a pacificação e o aumento do poder romano nas províncias. O período da sua governação ficou marcado por uma eficaz administração económica quer na capital do império quer nas províncias, com um aumento significativo do tributo anual e a implementação de medidas económicas muito mais severas, o que permitiu atingir níveis de progresso assinaláveis nas finanças do Estado, tendo inclusive angariado fundos para a construção do templo dedicado a Júpiter Capitolino e para o Coliseu de Roma.

Quanto ao evento veja tudo neste link:

http://www.forum-numismatica.com/viewtopic.php?f=19&t=100971

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

para este dia deixo-vos uma moeda hispano-romana, batida em Brutobriga.

Espero que gostem e já sabem que podem ver todas estas moedas visitando a exposição.

Asse - Cobre
Brutobriga (Perto de Santarém)
16,2 g / 29 mm
Coleção Eng. Agostinho Machado

Com fundação atribuída ao governador da Hispania Ulterior, Décio Júnio Bruto, cerca do ano 138 a. C., a povoação de Brutobriga é hoje de localização indeterminada, mas tem sido apontada na margem esquerda do Tejo, próxima e para nascente de Santarém. Presumivelmente em meados do século I a. C., Brutobriga bateu asses em cobre, de bom fabrico, com pesos entre 11 e 14 g e 28 mm de diâmetro, de que são referânciados menos de 15 exemplares.

Um abraço,
João Dias

Esta noite continuo nas moedas antigas e deixo-vos uma das maiores raridades da exposição
e uma moeda que certamente todos nós gostariamos de ter na coleção pela dificuldade em adquirir
exemplares deste povo Suevo que habitou em Portugal. Espero que gostem!

Triente - Ouro
Valentiniano III (452-455)
1,40 g / 15 mm
Coleção Museu Pio XII

Os Suevos marcam a história da moeda em Portugal com os seus soldos, conhecidos como suevo-lusitanos, e batidos nos séculos V e VI. Foram as primeiras moedas de ouro cunhadas em território hoje português, cunhagem que terá começado assim que este povo se instalou com um reino independente na zona norte, cuja capital era Bracara Augusta, actual cidade de Braga. Um maior volume de trocas desde muito cedo despertou nos Suevos a necessidade de mais moeda. Os Suevos bateram moeda, copiando espécies romanas, em nome do imperador Honório, homem forte do reino suevo, entre 393 e 423. Hoje em dia, são raros os exemplares existentes de soldos desta época, devendo totalizar entre 20 e 25 exemplares. Para além destas moedas, este povo germânico bateu também trientes de ouro, dos quais são conhecidos cerca de duzentos exemplares.

Um abraço,
João Dias

Tremissis, Emérita - Ouro
Recesvinto (649-672)
1,30 g / 18 mm
Coleção Museu Pio XII

Recesvinto iniciou o seu reinado quando foi associado ao trono em 649 e não quando o seu pai Chindasvinto morreu, em 653. Durante o seu longo reinado concluiu-se a compilação e unificação dos Códigos de Justiça visigodos e Romanos, no que o rei teve activa intervenção. Factor negativo da governação foi a contínua perseguição dos Judeus, o que contribuiu para o futuro enfraquecimento da nação. Na moeda, otipo «bustos de frente» é substituído pelo tipo «busto de perfil e cruz sobre degraus», não usado desde Leovigildo.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

para esta noite e apesar de nada saber sobre este povo, deixo-vos esta linda e interessante moeda Persa.

Espero que gostem!

Pérsia, Cosróis II (598/599)
Prata
3,7 g / 32 mm

Cosroes II (ou Xosrov II em fontes clássicas, algumas vezes chamado de Parvez, "o sempre Vitorioso" – em persa: خسرو پرویز) vigésimo segundo Rei Sassânida da Pérsia de 590 a 628. Ele foi o filho de Ormisdas IV (579–590) e neto de Cosroes I (531–579). Seu maior feito foi ter invadido o Império Bizantino e saqueado acidade de Jerusalém durante o reinado do imperador Heráclio. Ele levou como espólios a Vera Cruz e o patriarca Zacarias de Jerusalém. Foi sucedido no trono por Cavades II.

Um abraço,
João Dias

Viva caros amigos,

para esta noite fica uma àrabe cunhada em território nacional.

Meio Quirate, Silves - Prata
Sidray ibn Wazir
0,6 g / 10 mm
Coleção Eng. Agostinho Machado

Raro exemplar com menção a Silves. São conhecidos 2 ou 3 exemplares.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

Entramos agora no Reino de Portugal.

Dinheiro - D. Afonso Henriques
(Duplo Báculo) - Bolhão
0,59 g / 15 mm
Coleção Rui Monteiro

Os motivos escolhidos para figurarem nas moedas de D. Afonso Henriques eram símbolos de cariz religioso e inspirados em cunhagens dos reinos vizinhos. O duplo báculo, árvore crucífera, ou árvore da vida, era usado nas cunhagens de Castela e Aragão para homenagear os peregrinos de Santiago. O anverso apresenta uma árvore crucífera sobre duas meias-luas, encimada por uma cruz de quatro triângulos. Esta simbologia é carregada de forte religiosidade, representativa dos ideais da reconquista. No reverso cruz da Ordem do Templo, cantonada por um ponto.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

antes de apresentar mais uma "menina", sugiro que aproveitem este fim de semana para visitarem a exposição.
Este sábado e Domingo decorre também a feira romana em Braga e é mesmo junto ao Museu.
Aproveitam e juntam o útil ao agradável.

Tornês de Busto - D. Fernando I
Bolhão
Coleção Eng. Agostinho Machado

O escudo coroado era a primeira insígnia ou símbolo de mais importância que a moeda exibia, pois era o emblema da própria Nação, e em derredor dele deveria ser esculpido o nome do rei que ocupava o seu trono. O segundo símbolo da moeda portuguesa era a cruz, que nas primeiras amoedações era o principal.
Pela sequência de importância, o terceira elemento constante da moeda portuguesa é a efígie do rei, que nos surge simbólica nos morabitinos dos primeiros Afonsos e Sanchos, nas dobras de D. Fernando, nos justos de D. João II, sendo representativa no tornês de Lisboa de D. Fernando I, e, principalmente, desde D. João V a D. Manuel II, em que se esmera a ideia fixa de fotografar, digamos, com exactidão os reis.

Um abraço,
João Dias

Preciosas monedas!

Me encanta el busto del triente, pero mi moneda favorita es el Tremsis.

Me sorprende la gran conservación de las piezas jeje, no se suelen ver así.

Saludosss

_________________
NUEVO LIBRO 2022: Catálogo especializado Monedas y Sellos Mundial '82.

Boa noite caros amigos,

Barbuda (28 dinheiros)
Porto - Bolhão
4,30 g / 26 mm
Coleção José Matos

A moeda deste reinado reflecte bem um governo anómalo (pois há uma falta de regularidade) e ao mesmo tempo esbanjador. Iniciando-se igual à do reinado anterior, inopinadamente, abandona esses figurinos ou modelos e surge apresentando outros tipos criados, assim como designações a camuflarem a fraqueza da liga e a sua depreciação ante a famosa valia nominal que simbolizava.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

mais uma do reinado de D. Fernando.

Real (120 dinheiros) - Prata
3,6 g / 27 mm
Coleção João Dias

Os reais e os meios reais de prata emitidos em nome de D. Fernando, que figuram, de pleno direito, entre as mais espécies argênteas da época medieval, representam, sem dúvida, uma resposta portuguesa, de cariz competitivo, ao sucesso conseguido pelas moedas homónimas de Castela.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,
deixo-vos a última do reinado de D. Fernando. Este reinado é maravilhoso em termos numismáticos.

Tornês de Escudo (72 Dinheiros) - Bolhão
3,5 g / 29 mm
Coleção José Matos

No plano cronológico, os torneses de escudo e de busto foram, quase seguramente, cunhados, na sua totalidade, entre meados de 1369 e Maio de 1371 e, com maiores probabilidades, durante a primeira fase desse período.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

apesar do estado do reverso não ser o melhor, não deixa de ser uma bonita e rara moeda do
reinado de D. João I. Espero que gostem!

Real de Dez Reais Brancos
Prata
3,00 g / 26 mm
Coleção José Matos

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

desta vez uma raridade de D. Afonso V.

Espadim (4 Reais Brancos) - Bolhão
Porto - "DVCIAS"
1,8 g / 24 mm
Coleção José Matos

Manuel Severim de Faria informa, em Notícias de Portugal, os espadins são moedas comemorativas da Ordem da Torre e Espada criada por D. Afonso V para a conquista de Fez, narrando a tradição seguinte: «Na mais alta torre desta cidade estava uma espada engastada por um antigo astrólogo dos mouros, com pronóstico, que quem pelo valor das armas dalli a tirasse, havia de ser senhor do mundo.» Um dos espadins presentes na esposição apresenta a particularidade de intitular o soberano de Portugal - DVCIAS (?) - (general ?), movido, quiça, por ser o capitão da sua primeira expedição à África (Teixeira de Aragão)

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

D. João II (1481-1495)
Cruzado (324 Reais) - Ouro
3,5 g / 23 mm
Coleção João Dias

Outra moeda famosa do Reino de Portugal foi o cruzado. O cruzado é considerado um marco na história da numismática portuguesa e pode dizer-se que foi batido em praticamente todos os reinados até à adopção do sistema decimal, iniciado com a reforma monetária de 1835.
O cruzado foi inicalmente cunhada no reinado de D. Afonso V e, o seu nome advém da referência que o soberano nessa moeda ordenara que se fizesse, à cruzada contra os infiéis, mandada pregar pelo Papa, em 1457, e à qual este rei se associara, quando do seu lavramento para aquele efeito.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

mais uma beleza.

D. Manuel I (1495 - 1521)
Meio Real - Cobre
Lisboa
Coleção José Matos

Um abraço,
João Dias

Viva caros amigos,

como não podia deixar de ser coloco mais uma moeda emblemática.
Espero que gostem!

D. Manuel I (1495 - 1521)
Ceitil - Cobre
"Escudo Suiço"
1,90 g / 20 mm
Coleção José Matos

RARIDADES NA EXPOSIÇÃO DE NUMISMÁTICA MUSEU PIO XII (BRAGA) Ceitilmanuel_zps794fd628

RARIDADES NA EXPOSIÇÃO DE NUMISMÁTICA MUSEU PIO XII (BRAGA) Ceitilmanuel_zps794fd628

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

O reinado de D. João III é dos reinados mais bem representados nesta exposição.
Aqui fica mais um exemplar apenas cunhado com este rei.

Cruzado Calvário (400 Reais) - Ouro
3,5 g / 24 mm
Coleção João Dias

Alguns autores admitem que foi no reinado de D. João III que teve ínicio a decadência do reino. Apesar da conjuntura, as moedas de ouro mandadas bater pelo monarca confirmam o estatuto de potência atribuído a Portugal. São prova disso o português, o cruzado, o são vicente e o meio são vicente. Em 1538, terá mandado bater os cruzados calvários, assim designados porque a cruz longa que neles figurava se encontrava precisamente no monte Calvário.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

mais uma do reinado de D. João III.

[size=150]Cruzado (400 Reais) 8 castelos "módulo maior" - Ouro
3,60 g / 28 mm
Coleção João Dias[/size]

As primeiras moedas de ouro de D. João III seguem os tipos de D. Manuel I, e também os pesos e liga. Mais tarde, passados 16 anos de reinado, esses espécies começaram a rarear, porque o ouro tinha subido de valor no mercado enquanto o das moedas mantinha. É assim que D. João III manda, durante um período muito curto bater novos cruzados, baixodo-lhes a liga, com a legenda no reverso alterada para IN HOC SIGNO VINCES e no anverso o numeral 3 mudado para III. O cruzado aqui apresentado, raro, é das primeiras cunhagens do escasso tipo intermédio, batido excepcionalmente em disco largo.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

dando continuidade passemos ao próximo reinado.

D. Sebastião I (1557 - 1578)
Ceitil - Cobre
1,35 g / 15 mm
Coleção José Matos

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

[size=150]D. António (1580-1583)
4 Reais - Cobre (1582)
7,5 g / 30 mm
Coleção Rui Monteiro

O rei de Portugal D. António, descendente de D. Manuel I foi um dos seis possíveis candidatos ao trono após a morte do Cardeal rei D. Henrique, e um dos que mais possibilidade tinha de nele se sentar. Pela sua posição na linha sucessória teria bastado que o Rei-Cardeal o tivesse nomeado herdeiro antes de falecer, aceitando como legal o casamento do pai.
O povo que em 19 de Junho de1580, ao ter conhecimento da entrada em Portugaldo exército do filipe II de Espanha, elegeu e aclamou rei d. António, em várias localidades. Com menos de um mês para organizar a defesa da capital, o rei D. António mandou bater moeda para acudir às despesas mais prementes. Não foi feliz contra Espanha, mas na fuga que empreendeu durante meses pelo País, com todo um exército de espias e com elevadas recompensas pela sua entrega, não teve uma única denuncia. As moedas em nome do rei D. António são da maior raridade, pois foi ordenada a sua recolha por Filipe II de Espanha.

Um abraço,
João Dias

Boa noite caros amigos,

não se esqueçam de visitar o Museu Pio XII onde decorre a exposição
que tem sido um enorme sucesso.

D. António I (1580-1583)
X Reais D. João III - Cobre
Carimbo de Açor
17,8 g / 38 mm
Coleção José Matos

Apesar da efemeridade do Governo de D. António e de coincidir o seu passageiro reinado com o de Filipe I, surge, todavia, ao longo deste breve período transitório, uma agitada, animada série de leis respeitante ao numisma, assim como copiosas moedas cunhadas em nome de ANTONIVS : I, em Lisboa e em Angra do Heroísmo, ilha Terceira (Açores). A estas adicionam-se duas séries ou sequências de moedas ostentando um carimbo em que figurava um açor (símbolo dos Açores), que tinha a especial faculdade de atribuir à moeda duplicação do valor com o qual corria ou girava; uma das séries advinha dos próprios lavramentos de Angra; a outra sem estar ainda definida, incluía amoedação de reinados antecedentes e várias desconhecidas. Resumindo: primeiramente, o açor era estampado no próprio cunho, como símbolo dos Açores e marca monetáriada Casa da Moeda de Angra; depois, funcionou como carimbo aposto nas moedas de angra, para duplicação do respectivo valor, e nas moedas da metrópole de vários reis, para lhes dar curso legal.

Um abraço,
João Dias

D. Filipe I (1580 - 1598)
Tostão (100 Reais) - Prata
8,20 g / 32 mm
Coleção Rui Monteiro

« O alvará passado em Elvas a 1 de Fevereiro de 1581, amplia as disposições de 26 de Janeiro, mandando que as moedas de oiro e prata daquela lei, peso e valia, que se lavraram em tempo de D. Sebatião e D. Henrique, corressem como d'antes, e que as fabricadas d'ali em diante tivessem os mesmos cunhos e letras das outras moedas contéudas nas provisões já publicadas, as quais se cumpririam; e nas moedas feitas de novo se poria o cunho com o nome de Filipe.»(Teixeira de Aragão) .

Um abraço,
João Dias

Boa noite,

D. Filipe II (1598-1621)
Meio Tostão (50 Reais) - Prata
4,2 g / 24 mm
Coleção Rui Monteiro

No seio das raras características que distiguem as moedas dos Filipes ressaltam em superioridade as legendas, nas quais o nome do rei se inicia por PHILIPPVS : I, depois, apenas, PHILIPPVS, mudando, imediatamente, para PHILIPVS, escrito, somente, com um P.
Desta sorte, as primeiras legendas esculpidas nas moedas de Filipe I assinalam o tipo, sendo uma imitação das de D. Henrique I; quanto às do segundo ou terceiro grupos de legendas, podem ter sido cunhadas por qualquer dos três monarcas, em virtude de não se saberem as datas nem ostentarem elas o numeral do respectivo monarca.

Um abraço,
João Dias

D. Filipe III (1621-1640)
Vintém (XX Reais) - Prata
1,7 g / 18 mm
Coleção Rui Monteiro

Neste reinado continuaram-se a lavrar as moedas de ouro e prata. Não se cunharam como nos outros Filipes, moedas de cobre. Houve, apenas, intenção de as
fabricar. Para evitar a entrada de moeda falsa em Portugal, Filipe III ordenou a publicação da carta rédia de 9 de Fevereiro de 1627, tomando medidas importantes contra esse abuso. Era a moeda falsa que, em Castela, circulava copiosamente.

Um abraço,
João Dias

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